As justificativas para as demissões se referem principalmente ao cancelamento do pedido de clientes importantes e a perda de competitividade.

A fabricante de produtos de informática Teikon Tecnologia Industrial S/A, instalada no prédio da Motorola, em Jaguariúna, iniciou suas atividades em Jaguariúna em meados de abril do ano passado e há cerca de um mês começou a enviar os avisos prévios de 220 funcionários demitidos.
Outros 80 ainda estão cuidando da produção remanescente, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos em Jaguariúna (SindMetal).
“Não há previsão do fechamento pleno da unidade, mas está nos planos, segundo a empresa”, informou o presidente do SindMetal, José Francisco Salvino (Buiú), que acompanha o processo. A empresa não retornou aos questionamentos da reportagem.
A maioria dos funcionários demitidos é de Jaguariúna e estava na faixa salarial estimada em R$ 900,00, conforme a convenção coletiva do grupo da empresa. Segundo Buiú, as justificativas para as demissões se referem principalmente ao cancelamento do pedido de clientes importantes e a perda de competitividade. “As demissões foram escalonadas e não houve transferência para outras unidades”. A matriz da Teikon fica em Porto Alegre (RS) e a sede de Jaguariúna é a quarta em operação no País.
Na época da instalação a previsão anunciada pela gerência de Recursos Humanos foi de ampliação das vagas de emprego nos setores de produção e administração. Na relação de clientes anunciados pelo plant manager, Roberto Domenice, foram elencadas grandes empresas como Motorola, Compaq, Dell e HP.
Para uma das ex-funcionárias da produção, que assinou a rescisão de contrato no início desta semana, foi inesperado o fechamento do seu setor de trabalho. “Estou confiante que a experiência de quase um ano vai favorecer o meu currículo para uma vaga em outra empresa”.
Sem saber ao certo os motivos das mudanças, outro funcionário com o mesmo tempo de trabalho comentou que quando foi feito o comunicado de dispensa o clima interno era de espanto. “Resolveram fechar de uma hora para outra e chegamos a sair de férias por uma semana. Recebi a proposta para entrar em aviso prévio e aguardo ser chamado nos próximos dias para a rescisão de contrato. Depois da homologação vou em busca de outro emprego”, desabafou.
Segundo o presidente da SindMetal, desde a instalação da empresa na cidade foram diversas as irregularidades denunciadas pelos trabalhadores e realizadas dezenas de reuniões na tentativa de melhorar a relação entre as partes. “Com muito esforço, o sindicato conseguiu que a empresa implantasse ao menos a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Ao final, quando quase tudo que estava errado se tornando regularizado, a empresa deu a notícia das demissões em massa. Ficamos surpresos”, disse Buiu.
Ainda segundo o presidente, nas negociações do Sindicato com a empresa houve a recusa de ‘indenização’ de dois salários nominais para cada demitido, mas houve a contrapartida de R$ 500 reais para quem tinha aviso prévio, com encerramento em 4 de julho, e de R$ 1 mil para quem ficou na empresa por mais um mês. “Também conseguimos da empresa o pagamento do plano odontológico por três meses”.
Fonte: Viviane Westin, jornal Gazeta Regional de 14 de Julho
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