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14 de janeiro de 2018

América Latina terá eleições decisivas para a esquerda em 2018


Este ano de 2018 é uma faca de dois gumes para a esquerda latino-americana e caribenha. Países com peso político e econômico terão eleições presidenciais, e os candidatos progressistas têm chances de virar o jogo da contraofensiva neoliberal que começou com o golpe contra Manuel Zelaya em Honduras, em 2009, ao passo que a direita também pode avançar ainda mais e novamente enfraquecer o projeto de Pátria Grande.

Por Mariana Serafini

Houve um tempo recente - entre 2008 e 2010 - que a América Latina e o Caribe contabilizavam onze presidentes progressistas (veja lista no final da matéria). Desde 1999, quando Hugo Chávez inaugurou este novo ciclo na Venezuela, os países do sul do mundo ousaram tentar alterar a ordem vigente e tiveram avanços importantes. O Mercosul se fortaleceu, foi criada a Unasul, a Celac e a Alba, além do Brics, que desviou a rota comercial dependente apenas dos Estados Unidos e Europa para outros parceiros comerciais.


Porém, a direita começou a virar a mesa em 2009, com o golpe contra Manuel Zelaya, em Honduras. Depois disso vieram os golpes contra Lugo e Dilma. Argentina e Chile são os únicos países, dos que tiveram experiências de governos progressistas neste período, em que eles assumiram o poder através das urnas. Por isso essas eleições de 2018 são tão importantes, pode ser a manutenção do chamado ciclo progressista.

Colômbia

Na Colômbia serão realizadas as eleições legislativas em março e presidenciais em maio. Esta será a primeira vez que a antiga guerrilha, agora convertida em partido político, Farc, irá participar do pleito. Os ex-guerrilheiros vão concorrer a cargos no Parlamento e, certamente, terão peso importante ao apoiar um candidato à Presidência.


A ativista pelos direitos humanos, Piedad Córdoba (Partido Liberal Colombiano), confirmou sua candidatura à Presidência. Ela poderá ser a primeira presidenta mulher da Colômbia, além de ser progressista e ter uma trajetória marcada pela luta em defesa dos direitos sociais e da democracia.

Ao mesmo tempo, se o ex-presidente Álvaro Uribe voltar ao poder, ele pode colocar tudo a perder. O representante da extrema-direita no país já deu inúmeras declarações nas quais rechaça os acordos de paz entre o governo e as Farc e não fará nenhum esforço para seguir com este processo que foi conquistado em 2016.

Cuba

A ilha comunista viverá uma experiência inédita neste ano, será a primeira vez, desde a revolução, em 1959, que o presidente não é um membro da família Castro. Os cubanos vão às urnas em março para eleger o novo Parlamento que, por sua vez, decide quem será o substituto de Raúl Castro, este encerra seu mandato em 2018.

México

Sob o comando do neoliberal Enrique Peña Nieto, o México vive uma crise política e social sem precedentes. Atualmente, é o país mais perigoso para se exercer a profissão de jornalista. Desde o desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, em 2014, o quadro de assassinatos e desaparições forçadas não cessou.


O Estado completamente falido é incapaz de enfrentar o narcotráfico e implementar medidas que, de fato, protejam a população. Diante desta administração pública que mostrou a falência do neoliberalismo na prática, a esquerda tem ganhado espaço.

As eleições presidenciais e legislativas acontecerão em julho, e Andrés Manuel López Obrador, mais conhecido apenas pelos dois últimos nomes, do partido Movimento de Renovação Nacional (Morena), é uma figura política de esquerda que tem se destacado nos últimos anos e pode chegar ao segundo turno contra a nova opção neoliberal que ainda não está bem definida.


Além disso, esta será a primeira vez, desde a Revolução Zapatista, em 1994, que os zapatistas irão participar ativamente de uma eleição. A médica indígena María de Jesus Patricio Martínez, a Marichuy, foi escolhida pelo Congresso Nacional Indígena para disputar as presidenciais. O objetivo é se impor no debate e conquistar espaço para os povos indígenas.

Paraguai

Em abril os paraguaios vão às urnas para eleger o presidente pela segunda vez desde o golpe contra Fernando Lugo. Desta vez a Frente Guasu, coalizão dos partidos de esquerda comandada pelo ex-presidente, vai focar em se fortalecer no Parlamento. Atualmente conta com apenas seis senadores.

Ao longo destes seis anos pós-golpe, a esquerda não conseguiu se estruturar para novamente encabeçar uma chapa à presidência. E, uma vez mais, o aliado político da Frente Guasu será o PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), um dos responsáveis pelo golpe. Isso porque, as alianças municipais e estaduais seguem com esta mesma estrutura, a única capaz de sustentar – por enquanto – a coalizão de esquerda como uma força política relevante no país.

Brasil

Por fim, serão as primeiras eleições presidenciais do Brasil depois do golpe parlamentar que depôs a presidenta Dilma Rousseff em 2016. O cenário ainda é incerto, tanto a direita como a esquerda não têm claro quem serão suas peças no tabuleiro. A sombra de Lula amedronta de um lado e empolga de outro. A imprensa aposta na polarização entre uma extrema-direita inconsequente e uma esquerda radical para fortalecer seus velhos personagens da direita neoliberal.

Ciclo progressista na América Latina

Argentina
Néstor Kirchner (2003 – 2007)
Cristina Kirchner (2007 – 2015)

Brasil
Lula (2003 – 20010)
Dilma (2011 – 2016)

Bolívia
Evo Morales (2006 – até agora)

Chile
Michelle Bachelet (2006 – 2010 e 2014-2018)

Cuba
Raúl Castro (2008 – 2018)

Equador
Rafael Correa (2007 – 2017)
Lenín Moreno (2017 – até agora)

Honduras
Manuel Zelaya (2006 – 2009)

Nicarágua
Daniel Ortega (2006 – até agora)

Paraguai
Fernando Lugo (2008 – 2012)

Uruguai
Tabaré Vásquez (2005 – 2010)
José Mujica (2010 – 2015)
Tabaré Vázquez (2015 – até agora)

Venezuela
Hugo Chávez (1999 – 2013)
Nicolás Maduro (2013 – até agora)


Do Portal Vermelho

25 de outubro de 2017

PCdoB na TV aborda resistência contra retrocesso de Temer


O programa nacional do PCdoB foi exibido nesta terça-feira (24) em cadeia de rádio e televisão em todo o país. Ele retrata de forma lúdica sobre a conjuntura de crise em que o país atravessa e chama a atenção aos graves retrocessos nos direitos sociais providos pelo governo de Temer. Gravado em Olinda e no sertão pernambucano, o programa fala da resistência sertaneja por meio de cordel animado. Para o PCdoB, se for necessário o povo, para fazer um país novo, ele não vai faltar”

Assista a íntegra abaixo:

Na campanha nacional no rádio e na TV, o PCdoB reverbera que contra o atraso é preciso lutar por uma nova independência do Brasil.

Com a participação das principais lideranças do PCdoB, o programa exibe falas da presidenta nacional, deputada Luciana Santos (PE), a senadora Vanessa Grazziotin (AM), o governador Flávio Dino (MA), a líder do PCdoB na Câmara, Alice Portugal (BA), os deputados federais Orlando Silva (SP) e Jandira Feghali (RJ), a estadual Manuela D’Ávila, além do prefeito de Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira e lideranças sociais, como o presidente da CTB, Adilson Araújo e a presidenta da UNE, Marianna Dias.

Gravadas na cidade de Olinda, primeira capital de Pernambuco e uma das antigas do país, a campanha de TV rememora o passado de resistência do povo brasileiro contra a exploração territorial dos estrangeiros.

Fundada em 1537, Olinda foi um cenário de revoltas populares, de resistências do povo contra a aristocracia rural, política e contra a exploração dos seus colonizadores estrangeiros. Dessa época restou uma paisagem cultural de arquitetura colonial.

Legado comunista

Já nos anos 2000, Olinda foi governada pela primeira vez por uma comunista, a hoje presidenta nacional do PCdoB, deputada federal Luciana Santos que foi reeleita em 2004, no primeiro turno e exerceu o mandato até 2008. Deixando um legado de importantes obras e fundamental infraestrutura para a cidade, valorizando também a cultura popular.

Para denunciar o governo entreguista de Temer, o PCdoB foi à margem do rio São Francisco, na usina da Chesf, no sertão pernambucano, uma das mais belas paisagens do Brasil, com seus contrastes para falar da resistência sertaneja.

Inserções

Dando sequência à campanha, as inserções serão exibidas nos dias 3, 4, 6 e 7, sempre a partir das 19h30.

A propaganda partidária é de responsabilidade do Comitê Central, sob o comando da secretaria nacional de Comunicação. A roteirização e edição da obra audiovisual ficou a cargo da produtora Clementina Filmes e Criação.

Da redação

8 de outubro de 2017

Movimentos: Privatizar saneamento significa prejuízo para população

Para o dirigente sindical José Faggian o movimento contra a privatização dos setores essenciais do país vai avançar quando a população se incorporar às lutas. Em vídeo gravado para a tv Vermelho ele explica os prejuízos da privatização, que vai resultar em aumento da tarifa, exploração dos trabalhadores e queda na qualidade da prestação do serviço. Faggian é diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Confira o vídeo:


Do Portal Vermelho

O avanço do fogo sobre o Brasil

Dezenas de unidades de conservação são afetadas ou destruídas pelo fogo (Diego Gurgel/SecomAcre)
Até o fim de 2017, número de focos de queimadas deve bater recorde no País, atingindo sobretudo a Amazônia.

O ano de 2017 deve entrar para a história como o período com maior número de queimadas já registradas no Brasil. Até o momento, mais de 197 mil focos foram contabilizados, quase metade deles (49%) na Floresta Amazônica. O recorde até o momento é de 270 incêndios, registrados em 2004. 

Somente nos primeiros 29 dias de setembro deste ano, foram 107 mil focos de queimadas, maior número registrado em um mês desde o início do monitoramento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), iniciado ainda em meados da década de 1980.

"São dezenas de milhares de focos de queimada por dia", revela Alberto Setzer, coordenador do programa de monitoramento de queimadas do Inpe. "Em termos de ocorrência de fogo detectada por satélite, trata-se de um caso extremo", complementa o pesquisador.

Detentor do sistema de monitoramento de queimadas mais robusto do mundo, o Brasil agora sofre para apagar o fogo. Os alertas são resultado da vigilância ininterrupta de dez satélites, que geram 250 imagens por dia.

Elas mostram dezenas de unidades de conservação afetadas ou destruídas pelo fogo. O Parque Nacional do Xingu, por exemplo, está em chamas há mais de 30 dias. O estrago no Parque Nacional do Araguaia equivale a uma área duas vezes maior que a cidade de São Paulo. Cerca de 320 mil hectares foram perdidos – mais da metade da reserva, que tem 555 mil hectares de cerrado.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 20% das ocorrências vêm de territórios sob responsabilidade do governo federal. "Os demais 80% dos focos acontecem em terras particulares, ou de atuação do município e do estado", afirma Gabriel Constantino, chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).

Ação humana e condições climáticas

Em 90% dos casos, o incêndio começa por ação humana. A permissão para o uso do fogo em propriedades particulares – geralmente para manutenção de pastagens – é dada pelo órgão estadual. O Ibama é responsável pelo combate em terras indígenas, quilombolas e assentamentos, e, atualmente, mil brigadistas atuam pelo órgão. As unidades de conservação – como o Parque Nacional do Araguaia –, por sua vez, são de competência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio).

Tanto o Ibama quanto Icmbio integram o o Ministério do Meio Ambiente, que, em abril deste ano teve sua verba cortada em 43% pelo governo federal. No entanto, segundo Constantino, a redução do orçamento não afetou a atuação do Prevfogo. "Todas as equipes estão em campo", afirma.

Embora seja a ação humana que inicie o fogo, ele atinge grandes proporções rapidamente, sai do controle e causa prejuízos devido às condições climáticas "favoráveis", de pouca chuva, baixa umidade do solo e vegetação mais seca. 

"Podemos dizer que a má distribuição das chuvas no período chuvoso contribuíram", avalia Morgana Almeida, chefe da previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Como o solo não recebeu a recarga suficiente de água, a chegada do período com menor ocorrência de chuvas encontrou um solo mais seco que o normal.

"O Distrito Federal é um exemplo disso. O sudeste do Pará também apresentou um padrão similar, especialmente nos desvios de chuva nos meses de janeiro, abril e maio", cita alguns exemplos. É nessa região do Pará que está São Félix do Xingu, a cidade com maior número de focos de queimadas, segundo dados do Inpe.

"As chuvas não foram suficientes para recuperar o balanço das florestas. A vegetação se manteve seca e, por consequência, menos resistente ao fogo", pontua Constantino, do Prevfogo.

"Está sendo um ano climaticamente desfavorável, em que a população está desrespeitando a legislação irrestritamente e que as autoridades estão agindo muito aquém do que poderiam”, resume Setzer.

Num mundo mais quente

O cenário pode piorar num mundo mais quente – até o fim do século, a temperatura pode subir até 6°C no país, segundo o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Com o avanço das mudanças climáticas, os períodos de seca devem se intensificar e, portanto, o risco dos incêndios florestais deve aumentar.

"O aumento da temperatura reduz as chuvas, o que pode elevar a incidência de queimada", diz Paulo Artaxo, pesquisador da Universidade de Sao Paulo (USP), especialista em mudanças climáticas.

Os modelos rodados em computadores que fazem as previsões, no entanto, ainda não são precisos. "Eles não conseguem prever bem como, onde e de que maneira vai chover. Então, não dá pra se ter um quadro muito claro em relação a incidência de queimada, embora a tendência seja de aumento", detalha Artaxo.

Mais difícil que lidar com a incerteza dos modelos, é prever o futuro das políticas públicas ambientais no Brasil, opina o pesquisador. "Elas foram muito enfraquecidas ao longo dos últimos dois anos. O Brasil firmou compromissos internacionais para reduzir emissões, mas parece ter se esquecido deles", diz Artaxo, apontando risco de o país não cumprir as metas assumidas no Acordo de Paris.

Cooperação internacional

Por ser uma fonte considerável de emissão de gases estufa, que aceleram as mudanças climáticas, os incêndios em florestas tropicais entraram no radar dos projetos de cooperação do governo alemão. Desde 2012, a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) atua junto ao ministério brasileiro em ações de combate e manejo integrado do fogo em reservas ambientais.

"A parceria faz parte da Iniciativa Internacional do Clima lançada na Alemanha, e que financia projetos que combatam as mudanças climáticas", explica Michael Schulze, do GIZ. "O controle dos incêndios florestais reduz as emissões de CO2 e protege a biodiversidade", complementa.

Nos últimos cinco anos, o Brasil recebeu cerca de 45 milhões de reais (12,5 milhões de euros) em projetos de cooperação técnica e financeira – parte desse dinheiro ajudou a financiar novos equipamentos e veículos usados pelas equipes do Prevfogo do Ibama. 

Fonte: Carta Capital

6 de outubro de 2017

Privatizar Sabesp: Bom para o capital e golpe na população

O projeto do governo de Michel Temer de facilitar a privatização das estatais de serviços essenciais, como abastecimento de água e saneamento básico, encontra no Estado de São Paulo um exemplo de como o negócio é rentável para as empresas privadas e prejudicial para a população e trabalhadores. 
Faggian (de branco) e Anderson durante coletiva no Barão de Itararé: "Governo diz dá prejuízo mas privada vai comprar pra ter lucro não prejuízo" (Sintaema)
Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto, Saneamento Básico e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) afirmaram que a lógica empresarial tem prevalecido sobre o papel social da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Há particularidades no caso de São Paulo mas o movimento é o mesmo do Brasil de colocar sob controle privado o saneamento.

A declaração foi feita durante coletiva realizada no Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé e exclusiva para a mídia alternativa e sindical. A experiência da Sabesp foi o último tema de uma série realizada na sede do Barão com dirigentes das empresas públicas de serviços essenciais abordando os prejuízos da privatização no Estado de São Paulo. Coletiva com Eletricitários e Metroviários também compuseram a série.

Moeda de troca

No movimento promovido por Michel Temer para autorizar o refinanciamento das dívidas dos estados, as companhias de água e saneamento básico são moeda de troca. Para a União refinanciar as dívidas é preciso privatizar as estatais. 18 unidades da federação aderiram ao acordo. 

É o caso da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) em que a privatização avança e tem motivado uma batalha jurídica e atos públicos dos trabalhadores da companhia contra a privatização. 

“O saneamento precisa de investimento e da presença do poder público promovendo esse serviço. Imagine se no Rio ou em São Paulo se a empresa privada vai colocar água e esgoto em lugares que não dão lucro. O Estado faz a fundo perdido, o que a empresa privada não vai fazer”, comparou José Antonio Faggian, vice-presidente do Sintaema e Diretor de Imprensa e Comunicação.

São Paulo: Privatização disfarçada de parceria

Após os trabalhadores em São Paulo derrotarem iniciativas de privatização como o parceiro estratégico, os governos do PSDB conseguiram implementar na década de 2000 Parceria Público Privada (PPP) e lançar ações da empresa na Bolsa de Valores de São Paulo e na Bolsa de Nova York.

Faggian declarou que a estratégia do governo tucano em São Paulo é o enfraquecimento da Sabesp. Ainda que mantenha 50,3% das ações sob controle estatal (49,7% estão sob controle da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Nova York), os trabalhadores denunciam que esse controle diminui regularmente.

No início deste ano, foi aprovada a lei que criou a holding na Sabesp. “A holding vai deixar mais fácil a possibilidade de privatizar e mais fácil a terceirização”. De acordo com Faggian, como a Sabesp não pode vender as ações da Sabesp criou outra empresa, a holding, para repassar para as empresas privadas essas ações. 

Ameaça ao trabalhador e à qualidade do serviço

Queda na qualidade do serviço oferecido, aumento da tarifa e falta de investimento são as características que acompanham a privatização, enumerou Faggian. “Todo mundo precisa de água para produzir, para a higiene, para cozinhar. Imagine esse serviço nas mãos das empresas privadas, que investiram o capital e querem receber o lucro?”.

Segundo ele, a redução no quadro de trabalhadores da empresa, que teve 24 mil trabalhadores no quadro próprio da empresa, foi de dez mil trabalhadores. Atualmente são 14 mil. Há ainda o trabalhador terceirizado, que deve aumentar com a privatização. 

Este segmento traz uma estatística que salta aos olhos. Informações do diretor do Sintaema, Anderson Guahy, revelam que nos últimos cinco anos os acidentes oficialmente contabilizados registraram três acidentes com trabalhadores diretamente contratados pela Sabesp. Entre os terceirizados esse número chega a 40 trabalhadores vítimas de acidentes.

“Tratar água envolve cavar vala de 3,4 metros na rua para arrumar o saneamento, vazamento de esgoto. O trabalhador entra no buraco para fazer o reparo. A terceirizada não está preocupada em garantir a segurança”, assegurou Anderson.

Apoio da população

Faggian ressaltou que é um desafio para o Sintaema a comunicação com a população. Na opinião dele, a defesa das estatais avança com o apoio da população. "Vivemos em um tempo de individualismo em que a população quer abrir a torneira e ver sair a água sem ter a consciência do que pode acontecer se o saneamento for privatizado".

“O sucesso do movimento passa pela conscientização da população, falando em uma linguagem que a população entenda. E passa também pela eleição de 2018. O Temer tem implementado em um ano e meio o que o Fernando Henrique Cardoso não conseguiu em 8 anos”, lembrou Faggian.

Os dirigentes também insistiram de que é preciso desmistificar a ideia predominante de que as estatais dão prejuízo. Segundo Faggian, “o governo diz que dá prejuízo mas o privado vai comprar pra ter lucro e não para ter prejuízo”. Em 2016 a Sabesp lucrou “quase três bilhões” e apenas no primeiro semestre de 2017 “quase um bilhão”, afirmou Anderson.

O governo Temer projeta vender a Eletrobras por 20 bilhões de reais quando os ativos da estatal estão avaliados no mercado em 370 bilhões. O capital da Cedae é avaliado em 6 bilhões e pode ser entregue por um bilhão. Patrimônio nacional a preço de banana. 


Do Portal Vermelho ( Por Railídia Carvalho)

22 de junho de 2014

Sucesso da Copa melhora aprovação de Dilma.

No primeiro caderno da última edição dominical da Folha de São Paulo deste domingo (22), uma matéria surpreendente: “Prenúncio de que a Copa seria o fim do mundo não aguentou 3 dias”. Assinada pelo colunista Nelson de Sá, a matéria surpreende qualquer um que lê a imprensa brasileira por ter “empurrado” para a imprensa estrangeira um pecado da imprensa brasileira. O colunista atribui à imprensa estrangeira as previsões negativas sobre a Copa no Brasil.

O caradurismo não é só desse jornalista, mas do próprio jornal – um mea-culpa sobre a cobertura da organização da Copa de 2014 seria imperativo diante daquela que, de fato, está sendo a “Copa das Copas”. E não só pela boa organização do evento, mas pelo que se vê em campo.

A infraestrutura tem funcionado tão bem quanto a que seria esperável em qualquer país do dito “Primeiro Mundo”, os jogos são emocionantes, o nível técnico tem sido altíssimo, o futebol latino-americano vai se impondo sobre o do resto do mundo, levando incontáveis nações das Américas a um verdadeiro orgasmo desportivo.


Eis o que ninguém previu. Ou melhor, eis o que aqueles que previram não puderam dizer devido a uma literal censura da grande imprensa a qualquer ponderação sobre os exageros que estavam sendo cometidos pela imprensa e por partidos de oposição de direita e de esquerda, os quais enganaram os brasileiros com afirmações falsas sobre o financiamento da Copa e sobre problemas corriqueiros em qualquer grande evento.

Como foi previsto neste blog por incontáveis vezes, os profetas do apocalipse deram com os burros n’água. Aqui sempre foi dito que a Copa começaria, tudo estaria pronto e funcionando e que os que previam o contrário ficariam com a brocha na mão.

Não é por outra razão que na mesma Folha de São Paulo, escondida na coluna “Painel”, uma notinha de apenas uma frase, mas que tem um potencial político imenso, revela que chegou a hora de Dilma capitalizar seu bom trabalho. Abaixo, o texto da Folha

De virada

Assessores do Planalto estão exultantes com pesquisa interna que afirma que 60% dos brasileiros consideram a Copa boa ou ótima até agora

Mesquinharia da Folha. A pesquisa interna do Planalto mostra muito mais. Informações obtidas pelo Blog via contatos telefônicos dão conta de que esses 60% dos brasileiros não dizem que “a Copa é que tem sido boa ou ótima até agora”. Essa maioria diz que a ORGANIZAÇÃO da Copa e a qualidade dos jogos é que têm sido “boas ou ótimas”.

Qual o efeito eleitoral disso? Na avaliação do Planalto, é expressivo. Tão expressivo que a Folha detectou e, visando se distanciar do alarmismo que promoveu ao lado de outros grandes meios de comunicação, publicou essa reportagem de Nelson de Sá, na tentativa vã de fazer seus leitores de besta ao empurrar-lhes a versão de que o catastrofismo desportivo-organizacional partiu do exterior e não daqui mesmo, do Brasil.

A matéria em questão foi econômica ao relatar as análises que estão sendo feitas em toda parte do mundo sobre a capacidade do país de organizar um evento desse calibre. Uma das matérias da imprensa estrangeira citadas pela Folha é de autoria de Sam Borden, correspondente esportivo do diário norte-americano The New York Times na Europa. No último dia 17, Borden qualificou a Copa no Brasil como “sucesso incrível” em artigo que ironiza o noticiário sobre o evento, chamando-o de “previsão do dia do juízo final”.

O Blog traduziu alguns trechos do artigo de Borden. Confira, abaixo.

The New York Times

Na Copa do Mundo, previsão do dia do juízo final dá espaço a pequenos soluços no Brasil

San Borden

17 de junho de 2014

Um estádio não ficaria pronto a tempo. Outro não ficaria pronto nunca. Protestos violentos iriam ameaçar os fãs e estragar tudo. Greve no aeroporto e no metrô deixariam milhares de visitantes sem transporte.

Essas e outras previsões do dia do juízo final foram preocupações perpétuas nos dias que antecederam a Copa do Mundo no Brasil, mas, após quase uma semana inteira de jogos, a situação no maior país da América do Sul dificilmente pode ser considerada sombria.

Para os fãs que gostam de gols que enchem os olhos, resultados surpreendentes e futebol elegante, este campeonato, até agora, tem sido um sucesso incrível. Os jogos são apaixonantes, e o drama dos jogos tem sido perfeito para a televisão.
[...]

Há que dizer que ninguém pode realizar um grande evento esportivo como a Copa do Mundo ou as Olimpíadas sem alguns problemas. Este ano, em Sochi, na Rússia, os jogos de inverno tiveram invasão de cães vira-latas, hotéis incompletos, ou inexistentes. Em 2004, os jogos de verão em Atenas tiveram greves de trabalhadores, contratempos com a infraestrutura, e histeria em uma infinidade de lugares. O parque olímpico onde ocorreram os jogos de Londres em 2012, uma semana antes ainda estava em obras.

Diante dessa realidade, certamente o Brasil merece mais indulgência.
[...]

A gama de problemas tem sido grande. Alguns tiveram que ver com acabamento da construção, como fios elétricos visíveis no estádio do São Paulo ou a instalação de aparelhos de ar-condicionado e carpete horas antes do apito inicial, em Cuiabá, ou 30% dos porteiros do estádio de Brasília, que não apareceram para trabalhar, criando impasse do lado de fora das catracas.

Alguns foram cosméticos, como a grama queimada no estádio de Manaus, que obrigaram a organização do estádio a pintar o gramado com tinta verde.

Nada disso foi definitivamente prejudicial para o evento. Os jogos puderam ocorrer dentro das previsões. Mas a cada dia ocorreram problemas cujo potencial não pôde ser previsto. No domingo, em Porto Alegre, por exemplo, o sistema de som do Estádio falhou com as equipes já em campo, deixando os jogadores de França e Honduras, que esperavam pelos hinos nacionais de seus países, enfurecidos.
[...]

Para ser justo, a sorte é sempre um fator nesses espetáculos. Qualquer grande evento pode ter um deslize imperceptível, como o NFL aprendeu em 2013, quando o Super Bowl foi adiado por quase uma hora depois de um apagão que mergulhou o Superdome, em Nova Orleans, na escuridão. Em comparação, o problema com as luzes no estádio de São Paulo durante o jogo de abertura da Copa do Mundo foi um problema menor.
[...]

Como sempre ocorre, a preocupação com a logística foi discutível. Em geral, as condições para realização dos jogos têm sido excelentes. Em cidades como Natal e Salvador – onde os campos sofreram chuva excepcionalmente pesada -, ficou comprovada a qualidade dos sistemas de drenagem. Em última análise, esta é a prioridade mais importante, pois as condições para realização dos jogos são o que geralmente definem o legado histórico de um evento.
[...]

A pesquisa interna do Palácio do Planalto citada (de forma incompleta e tímida) pela Folha faz todo sentido. Basta um mínimo de reflexão para entender. A menos que a maioria dos brasileiros seja composta de lunáticos, todos estão fazendo o “link” entre o que foi previsto e o que está acontecendo.

Ora, se foi previsto “juízo final” e, muito pelo contrário, o que se vê é uma festa linda que está encantando não só o Brasil, mas o mundo, no mínimo o mau-humor de parte dos brasileiros com Dilma Rousseff será repensado. Os mais inteligentes perceberão que ela foi alvo de tremenda injustiça, encetada, obviamente, por uma politicagem rasteira e de viés eleitoreiro. Os brasileiros não são injustos. Ao menos a maioria de nós, não é.

Fonte: Brasil 247

Torcedores apontam a Copa brasileira como a melhor da história.

Com a experiência de quem acompanhou oito copas do mundo de futebol, o irlandês Daniel Sheahan, 55 anos, não pestaneja: “A atual Copa do Mundo está sendo a melhor de todas”. A opinião é compartilhada por diversos turistas que também participaram de outras edições do torneio. “Não que tudo esteja perfeito.

Torcida brasileira lotam os estádios
Em todas as copas às quais fui houve algum tipo de problema, como preços altos, dificuldades com transporte ou roubos. Mas isso faz parte de um evento deste porte”, disse à Agência Brasil o irlandês, que já teve sua mochila roubada em duas edições do torneio.

“Isso aconteceu nas copas da França, quando duas pessoas pegaram minha mochila e fugiram em uma moto, e nos Estados Unidos, quando em um momento de distração levaram minha mochila”, disse ele. “No caso da França, meu amigo passou pelo mesmo problema. Ao que parece era uma quadrilha de motoqueiros especializados nesse tipo de roubo”, acrescentou. Fã do futebol brasileiro, o irlandês sempre priorizou assistir aos jogos do Brasil. Mas nem sempre foi possível devido à concorrência. “Esta Copa realmente tem muitas coisas especiais. Se compará-la à da África do Sul é até covardia. O barulho das vuvuzelas era insuportável e estragava o clima do estádio. Para piorar, de todas elas saía muita saliva, o que era bastante preocupante, porque a incidência de doenças como tuberculose é muito grande naquele país”.

Por aqui, explica, os brasileiros buscam se divertir sem incomodar os outros. “Nota-se claramente uma grande vontade de tornar tudo especial. Isso não aconteceu na Copa da Alemanha porque, apesar de muito educados, os alemães costumam ser frios na relação com turistas”. Além das quatro copas citadas – Estados Unidos (1994), França (1998), Alemanha (2006) e África do Sul (2010) – e da atual, Sheahan diz que foi às copas da Espanha (1982), do México (1986) e da Itália (1990).

Impressão similar tem o equatoriano José Bastidas, 31 anos. “Não é apenas a vontade dos brasileiros em ajudar aos turistas. Aqui há muito mais festas e uma comunicação mais fácil, até pela semelhança com outras línguas. É mais fácil entendermos e sermos entendidos pelos brasileiros”, disse ele.

A Copa de 2014 é a quarta do suíço Domenique Brenner, de 40 anos. “Na comparação com 1998, 2006 e 2010, esta é a melhor, porque está sendo disputada no melhor lugar e com as melhores pessoas”, disse ele. “A organização do evento é sempre bastante similar, porque envolve a mesma estrutura, que é a estrutura da Fifa”. A maior crítica é em relação aos caixas rápido dos bancos no Brasil, usados por ele para evitar idas a casas de câmbio. “Muitas dessas máquinas não aceitam cartões internacionais”, queixa-se.

Brenner e outros suíços entrevistados pela Agência Brasil reclamam do preço dos restaurantes nas cidades-sede e das bebidas nos estádios. “Apesar de muito bons, os restaurantes são muito caros. Principalmente as churrascarias”, disse Brenner. Já Denis Rapin, 47 anos, avalia que nem tudo é tão caro, levando em consideração o fato de que se trata de uma Copa do Mundo. Ele viaja com um grupo de 20 pessoas.

Para Rapin, os preços cobrados na cidade não são tão altos quanto imaginava. “Quem cobra caro aqui é a Fifa. Principalmente a cerveja nos estádios”, disse. “Esta é a minha primeira Copa do Mundo, mas não será a última. Esses dias têm sido muito agradáveis. A receptividade e a amabilidade dos brasileiros realmente impressiona. Todos muito amigáveis, desde o taxista até os profissionais da área de turismo. Em Brasília [onde assistiu à partida entre Suíça e Equador] senti falta de bares mais festivos. Acho que o que falta aqui são bares típicos especializados em cachaça”.

Viajando há sete meses pela América do Sul, Andre Urech, 34 anos, está no Brasil pela primeira vez e assiste sua segunda Copa. A primeira foi na África do Sul. “Está tudo tão bom que já decidimos: voltaremos o quanto antes ao Brasil. Simplesmente estamos amando as pessoas daqui”, disse ele, ao lado da companheira de viagem Ramona Rüegg, que também foi à Copa de 2010. Ela faz coro: “A atmosfera aqui é muito melhor, e as pessoas muito mais amigáveis”.

Os dois elogiam a organização do evento, apesar da dificuldade com o transporte público. “Demorou cerca de 30 minutos para pegarmos um ônibus, e o táxi está muito caro”, disse. “Mas tudo faz parte do clima e do sentimento que envolve uma Copa do Mundo”, completa. A exemplo de outros suíços que assistiram ao jogo contra o Equador, o casal reclama principalmente da dificuldade para comprar cerveja. “A fila é muito grande e faz a gente perder muito tempo do jogo. Mas isso também aconteceu na África”, disse Urech.

Dirigente do Barcelona de Guayaquil, no Equador, Carlos Rodrigues também avalia esta como a melhor Copa de todos os tempos: “É muito superior, tanto dentro como fora de campo”.

“Uma coisa que me chama a atenção é o fato de ela [Copa] estar sendo totalmente diferente do que vinha sendo mostrado pela imprensa. O Brasil é 100% no que se refere a receber turistas. Tudo é perfeito: a hospitalidade, a estrutura... Além disso, há muito amor e alegria no ar. Viemos para cá justamente para desfrutar desse clima de Copa”, disse.

O publicitário colombiano Héctor Greco, 33 anos, também foi surpreendido positivamente pela Copa brasileira. “Eu esperava muito menos. O que mais me surpreendeu foi a troca de cultura entre os países, em um clima de competitividade, sem brigas. É uma oportunidade única de conhecer o mundo em um só lugar”.

Ele lamenta as grandes distâncias que têm de ser percorridas para acompanhar os jogos. “As passagens de avião são caras, é difícil ir de ônibus e, infelizmente, não há uma cultura de transporte de passageiros por meio de trens no Brasil”. A hospedagem também está muito cara, diz o publicitário: “Pagamos R$ 21 mil para alugar, por um mês, um apartamento no Rio de Janeiro”.

O cirurgião plástico e cônsul honorário do Equador em Campinas (SP), Oswaldo Vallejo, 56 anos, já gastou, entre passagens, hospedagens e ingressos para os jogos, mais de R$ 18 mil para ter sua primeira experiência em Copa do Mundo. “Conheço pouco Brasília, porque cheguei há apenas um dia. Mas o deslocamento do hotel até o estádio foi bastante fácil, pela proximidade. Essa realmente representa uma grande vantagem para a cidade”, disse ele em meio a elogios em relação à divulgação, às placas e aos voluntários “proativos e sempre tentando ajudar até mesmo nas situações em que não precisamos”.

Depois de enfrentarem mais de 8 mil quilômetros de viagem em ônibus, vindos de Quito, no Equador, o administrador Paul Tamayo e os engenheiros Alvaro Granda e Edgar Baculima optaram por acampar na Universidade de Brasília. Tudo, para assistir à estreia do Equador na Copa, mas o "perrengue" não diminuiu o entusiasmo: "O Brasil é muito bonito, assim como as pessoas", diz Tamayo. Perguntado sobre os preços na capital, Granda responde: "De preços não falamos. Viajar até aqui foi bastante duro, mas com a vontade de ver o Equador jogar, tudo fica mais fácil”.

Quem também viajou muito para viver uma experiência de Copa foi o australiano Victor Vu, de 28 anos, na esperança de ver algum país asiático ou africano vencer a competição. “Torço principalmente para a Costa do Marfim por causa do [atacante] Drogba, de quem sou fã. Mas o que realmente me motivou a vir foi a boa reputação que o Brasil tem lá do outro lado do mundo, especialmente no que se refere a festas", disse.

Apesar de seu país não ter se classificado para a Copa, Jan Kolin, da República Checa, quis vir ao Brasil para vê-la “no país mais bem sucedido” no mundo do futebol. “Desde criança eu sonhava em ver uma Copa. Quando soube que esta seria no Brasil, decidi tornar o sonho uma realidade”, disse. Ele relata problemas de comunicação, já que poucos falam inglês.

Os peruanos Marcial Olano, 55 anos, e Herman Chaves, 45, também não precisaram que sua seleção viesse participar dos jogos para decidir curtir a Copa no Brasil. “Queremos que um país sul-americano ganhe, porque somos povos irmãos integrando uma mesma torcida”, disse Olano. Chaves veio para realizar o sonho do filho Jared Chaves, 13 anos. “Não esperávamos tanta organização. Isso em muito nos surpreendeu. Está melhor do que havíamos sonhado. Não passamos por nenhum tipo de problema, temos sido bem atendidos e a organização das cidades e da Fifa está muito boa. Por isso já planejamos ir à Copa da Rússia [em 2018] para, se tudo der certo, torcermos pela seleção de nosso país [Peru]”, acrescentou.

Pela primeira vez no Brasil, os engenheiros Andres Navaez e Elizabeth Montenegro, equatorianos, também se dizem apaixonados por futebol. Por isso já foram às copas da África do Sul e da Alemanha. Segundo ele, Brasília carece de um atendimento mais eficiente aos turistas. “Falta informações até mesmo no Centro de Convenções, de onde retiramos nossos ingressos. Lá não souberam nos informar sequer onde fica o atendimento aos turistas", diz Elizabeth. “A sorte é que espanhol e português são línguas parecidas", diz Navaez.

O suiço Lionel Holzaer, 30 anos, diz não ser fã de futebol. “Mas adoro festas e adoro viajar”, completa. Segundo ele, o Brasil tem “boas condições” para receber os turistas. “Minha maior dificuldade tem sido com o idioma”. Dona de uma lanchonete na Torre de TV, chamada GO Minas, Elza Alve Lobo não fala inglês. Mas usa de muita simpatia para compensar essa limitação, além de ter preparado um cardápio em português, inglês, francês e espanhol. "Faço questão de conversar ou tentar conversar com todos. O clima é de muito entusiasmo, muita alegria".

Fonte: Agência Brasil

17 de junho de 2014

Economia vai começar a se recuperar no ano que vem, diz economista.

A recuperação da economia brasileira vai começar no segundo semestre do ano que vem, mas, por efeito estatístico, não será evidente em números ainda em 2015, de acordo com avaliação do ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. As declarações foram feitas durante o Seminário de Análise Conjuntural, no auditório da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, organizado pelo coordenador-geral do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Régis Bonelli.

A previsão é que em 2015 o Brasil acelere o crescimento econômico e reduza
a inflação.
“A partir do segundo semestre do ano que vem a economia brasileira já estará em uma rota de aceleração do crescimento e de redução da inflação. Acho que pode ter uma recuperação, se tudo der certo, de 4% em 2016, até por base de comparação, efeito estatístico. Quando se parte de uma base baixa, a economia se recupera mais rápido”, explicou acrescentando que 2015 ainda apresentará crescimento baixo.

“A inflação para o ano que vem, o mercado está corrigindo para entre 7% e 7,5%, o crescimento em torno de 1% e a economia se recuperando rápido em 2016. É um ano bem diferente entre o primeiro e o segundo semestres. Na medida em que tem a sinalização e maior clareza de como é o comportamento da economia os investimentos voltam a ser feitos e, com a continuação do programa de concessões, os investimentos começam a se recuperar, só que tem uma inércia. Isso vai bater na economia no segundo semestre. Pode ter um crescimento baixo no ano, ponta a ponta, mas com duas realidades bem diferentes entre o primeiro e o segundo semestres”, completou.

Já a mudança nas expectativas negativas vai ocorrer com o término da Copa do Mundo. Para Barbosa, sem levar em consideração o resultado do futebol, não haverá maiores problemas em termos de organização da Copa e o cenário do país ficará mais claro com a definição da eleição. “Passada a Copa, começa o debate eleitoral, e aí algumas coisas vão começar a ser sinalizadas por parte dos candidatos. Isso vai diminuir a ansiedade. Como vai ser, tem saída, por mais grave que um ou outro problema possa ser, mas que tem condição de resolver. Uma coisa é ter um cenário ainda de inflação alta, mas com previsibilidade de como vão ser os quatro anos [futuros], e aí se começa a retomar as decisões de investimentos”, informou.

De acordo com o ex-secretário, o ajuste da economia brasileira já começou, embora em escala ainda reduzida. Ele apontou o início da recuperação dos preços administrados, que estavam reprimidos, e o nível da taxa de juros como exemplos de ajustes que já estão ocorrendo. Mas a velocidade em que se dará o ajuste ainda é uma incógnita. “Hoje tem uma grande pausa à espera da definição de qual vai ser a velocidade do ajuste que já começou na economia brasileira. Tem muitos projetos grandes prontos para serem feitos, aguardando um cenário econômico mais claro”, acrescentou.

No mercado de trabalho, ele descartou um grande aumento da taxa de desemprego no ano que vem, mas ponderou que pode ocorrer um ajuste no salário real, como já está se verificando.

Agência Brasil

16 de junho de 2014

Bancada feminina do Congresso propõe pesquisa sobre participação da mulher na política.

Em reunião com presidente do Tribunal Superior Eleitoral deputadas sugerem levantamento para saber as razões da baixa representatividade feminina na política brasileira.

  Divulgação/Ascom
Senadora Vanessa Grazziotin, ministro Dias Toffoli, e deputada Jô Moraes discutem realização de pesquisa sobre participação feminina na política.
A maior parte da população brasileira é de mulheres. Dados do último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, revelou que 51% da população são de mulheres. Apesar disso, nas eleições de 2010, as mulheres ocuparam apenas 9% dos cargos públicos. Para saber as razões dessa baixa representatividade, a deputada Jô Moraes (MG), coordenadora da bancada feminina na Câmara, a senadora Vanessa Grazziotin (AM), procuradora da Mulher no Senado, e o ministro Carlos Fernando Mathias, que atualmente ocupa a Secretaria de Transparência do Senado, se reuniram com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, para propor um convênio para a realização de uma pesquisa sobre a participação da mulher na política.

A ideia é que o levantamento seja conduzido pelo DataSenado, órgão da Secretaria de Transparência da casa legislativa, com apoio do TSE. A pesquisa ouvirá candidatas e eleitas em todo o Brasil para realizar um levantamento do apoio dado pelos partidos políticos às candidaturas femininas nas eleições de 2014. O resultado da pesquisa ajudará a traçar políticas que ajudem a reverter esse quadro.

"Nós queremos que a estrutura dos partidos políticos favoreça as mulheres. Aumentar a participação feminina na política é a arma para superarmos as desigualdades e as opressões sofridas”, afirmou Jô Moraes.

Segundo o ministro Dias Toffoli, o TSE tem limites legais para agir, “mas aquilo que for possível fazer para incentivar a devida participação das mulheres no processo político, nós continuaremos a fazer”.

Em março deste ano, o TSE lançou uma campanha para incentivar a participação feminina nas eleições de outubro. É a primeira ação institucional do TSE sobre o tema e é fruto de emenda incluída pelo Senado na minirreforma eleitoral (Lei 12.891/2013), aprovada pelo Congresso no ano passado. A lei estabelece que, em anos eleitorais, de março a junho, o TSE “poderá promover propaganda institucional, em rádio e televisão, destinada a incentivar a igualdade de gênero e a participação feminina na política”.

Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB CD
Christiane Peres, com informações do TSE

Seis partidos ainda precisam indicar candidatos à Presidência.

Pelo menos seis partidos ainda precisam definir, até o dia 30, os candidatos aos cargos de presidente e vice-presidente da República ou que nomes vão defender nas eleições deste ano. No fim de junho, termina o prazo para a escolha de candidatos. Até agora, PMDB e PDT já definiram que apoiarão a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Os peemedebistas confirmaram, inclusive, o vice-presidente Michel Temer na chapa do atual governo.

PMDB e PDT já definiram que apoiam a reeleição da presidenta Dilma Rousseff,
tendo Michel Temer como vice-presidente.
O prazo do dia 30 de junho estipulado pela Justiça Eleitoral também vale para as indicações de candidatos a governador e vice-governador, senador e respectivos suplentes, deputados federais, estaduais e distritais. Depois desse período, os candidatos, os partidos políticos e coligações têm até o dia 5 de julho para pedir o registro dos candidatos às eleições de outubro.

A próxima convenção partidária nacional está marcada para o dia 21, quando o PT oficializará a candidatura de Dilma à reeleição, em Brasília. No dia seguinte, é a vez do Psol definir seus candidatos. Com a desistência do senador Randolfe Rodrigues (AP), o partido deve lançar o nome de Luciana Genro (RS) para a Presidência da República. O Psol ainda não tem candidato a vice. Os encontros ocorrem em Brasília.

O PP, partido que integra a base aliada no Congresso, deve trilhar o mesmo caminho do PMDB. A convenção no dia 25 deve confirmar o apoio da legenda à reeleição de Dilma e Temer, mas, em alguns estados, o posicionamento deve ser o de liberar a legenda para outras alianças. A sigla já promoveu algumas convenções estaduais – em São Paulo e no Rio Grande do Sul, por exemplo. Em território gaúcho, assim como no Rio de Janeiro e Minas Gerais, há dissidência, e a legenda vai apoiar o candidato Aécio Neves.

No dia 27, o PCdoB também vai oficializar o apoio ao atual governo e espera a presença da presidenta Dilma Rousseff na convenção que ocorrerá na capital federal.

Pelo PSB, disputam o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade. Os nomes devem ser confirmados pelo PPS no dia 28, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. O encontro será conjunto com PPS, Rede Sustentabilidade, PPL e PHS, que também apoiam a chapa Campos e Marina.

No último sábado (14), o PSDB confirmou a candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência, mas ainda não definiu o nome do vice na chapa. No mesmo dia, o PV escolheu para concorrer ao comando do Planalto, o médico sanitarista, Eduardo Jorge, junto com Célia Sacramento, vice-prefeita de Salvador (BA).

Da Redação em Brasília
Com Agência Brasil

Dilma: Copa dura apenas um mês; benefícios ficam para toda a vida.

A presidenta Dilma Rousseff ressaltou que as obras feitas em todo o país, principalmente nas 12 cidades-sede, não são exclusivas para a Copa do Mundo, mas para benefício dos brasileiros. “Para qualquer país organizar uma Copa é como disputar uma partida suada e, muitas vezes, sofrida, com direito a prorrogação e disputa nos pênaltis. Mas o resultado e a celebração final valem o esforço.”

A presidenta Dilma enviou uma mensagem de apoio à seleção brasileira.
A presidenta Dilma enviou uma mensagem de apoio à seleção brasileiraA presidenta Dilma enviou uma mensagem de apoio à seleção brasileira Ela lembrou que o Mundial antecipou obras e serviços que já estavam previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Tenho repetido que os aeroportos, os metrôs, os BRTs [Bus Rapid Transit] e os estádios não voltarão na mala dos turistas, ficarão aqui beneficiando todos nós. Uma Copa dura apenas um mês. Os benefícios ficam para toda a vida.”

No programa semanal Café com a Presidenta desta segunda-feira (16), que trouxe o pronunciamento em rede nacional de rádio e TV da semana passada, Dilma deu boas-vindas aos turistas que chegaram ou que ainda vão chegar para acompanhar os jogos.

“Em nome do povo brasileiro, saúdo a todos que estão chegando para esta que será também a Copa pela paz e contra o racismo. A Copa pela inclusão e contra todas as formas de violência e preconceito. A Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo e do entendimento. O Brasil, como o Cristo Redentor, está de braços abertos para acolher todos vocês.”

Ao final, a presidenta mandou uma mensagem de otimismo à seleção brasileira. “Meus queridos jogadores e querida comissão técnica, debaixo da camisa verde e amarela, vocês materializam um poderoso patrimônio do povo brasileiro. A seleção representa a nacionalidade, está acima de governos, de partidos e de interesses de qualquer grupo. Por isso, merecem que um dos legados desta Copa seja também a modernização da nossa estrutura do futebol e das relações que regem nosso esporte. O povo brasileiro ama e confia em sua seleção. Estamos todos juntos para o que der e vier.”

Fonte: Agência Brasil

PCdoB-PE homologa projeto eleitoral.

Em Convenção Eleitoral Estadual realizada na manhã deste domingo (15), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) de Pernambuco homologou as candidaturas à reeleição de Luciana Santos e Carlos Eduardo Cadoca à Câmara dos Deputados, bem como as candidaturas de Marcelino Granja, Nelson Pereira e Brasil Caveira, líder do movimento de moto clubes, a deputado estadual.
Delegados ratificam apoio e candidaturas dos comunistas pernambucanos.
À tarde, dirigentes e militantes do PCdoB de Pernambuco participaram da Convenção Estadual da Frente Popular de Pernambuco que homologou as candidaturas de Paulo Câmara, Raul Henry e Fernando Bezerra Coelho.

Audicéa Rodrigues

15 de junho de 2014

PCdoB realiza grande convenção e quer dar o troco das vaias nas urnas.

Militantes do Partido Comunista do Brasil de São Paulo afirmaram em sua convenção eleitoral que darão o troco das vaias que setores mais conservadores deram para a presidente Dilma Rousseff nas urnas, para consolidar o projeto nacional em curso e avançar nas mudanças.

Por Ana Flávia Marx

O Partido Comunista do Brasil consolidou de forma uníssona, ontem (14) o apoio ao petista Alexandre Padilha durante grande convenção que contou com a participação de mais de 500 pessoas, entre elas diversas lideranças, militantes e pré-candidatos a deputados estaduais e federais.

Um terço da economia do Brasil é produzida a partir do estado de São Paulo, o peso que esse estado tem na população, na cultura, no eleitorado, visto que temos perto de 30% dos eleitores brasileiros, faz com que a batalha nacional tem aqui o seu palco principal. O resultado da eleição estadual tem grande repercussão nacional, isto porque é aqui que o PSDB aplica o receituário neoliberal, principalmente com privatizações e retirada de direitos trabalhista, como explicitado no caso das demissões dos metroviários que realizaram a última greve.

O presidente nacional do PCdoB, Renata Rabelo, participou do ato político e apresentou as ideias do partido sobre a situação política nacional. De acordo com Rabelo, o país está em um momento de grandes decisões com a disputa de dois projetos econômicos, sociais, políticos, de nação e de povo. 

“Se esse país tem caminhar adiante, se o país tem que avançar socialmente como vem conseguindo, se esse país consegue realizar a inclusão social, que vem sendo feita, se esse país é respeitado internacionalmente, não tem outro caminho, temos que ir adiante e isso significa a reeleição da presidente Dilma Rousseff”, reafirmou Renato. 

Segundo Rabelo, a oposição e a direita está sem liderança credível, sem liderança respeitada. Não propõe nada, esconde, só critica e tenta desacatar a presidente da república. “Vejam a mediocridade deles, eles estão desesperados”, apontou.

A vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, que é responsável pela Copa do Mundo na cidade, afirmou que o ‘clima político está virando’ depois da abertura do evento mundial.

“Essa semana é importante para nós, porque nós começamos a virar o clima político do país, porque aqueles que apostaram que o nosso país ficaria de joelhos, com a campanha horrorosa que fizeram, dizendo que nós não somos capazes de realizar a Copa, que não teríamos estádios prontos, que seria uma vergonha, viram na abertura a capacidade do Brasil de por de pé um evento mundial. E se perguntam: onde estava o caos?”, denunciou Nádia.

É uma vitória do governo brasileiro, segundo a vice-prefeita, porque acreditou que podia fazer a Copa, como acredita que o Brasil pode continuar mudando a vida de 200 milhões de brasileiros.

O prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi, defendeu a presidente Dilma e afirmou que quem a vaiou e xingou é quem quer dividir o país em ‘primeiro e segundo grupo. “Não podemos aceitar, em hipótese alguma, que tenhamos uma sociedade com diferentes direitos, nós não vamos aceitar um país dividido. Vamos tornar o insulto em vitória na urna”.

Para auxiliar a presidente Dilma na promoção de mudanças que o país necessita, os comunistas paulistas apresentaram três candidatos à Câmara dos Deputados: Netinho de Paula, Protógenes Queiroz e Orlando Silva, que conforme a tática nacional do partido, para eleição deles, é preciso concentração e afinco da militância para contribuir com a eleição de 20 deputados em todo o país.

Está na hora de mudar São Paulo

O presidente estadual, Orlando Silva, apresentou o pré-candidato a governador como “um homem corajoso, que construiu um programa importante - o Mais Médicos - que permitiu que cerca de 2300 pudesse atender a população nos lugares mais recônditos do nosso estado”.


“Além do programa, há uma série de ações que ele realizou, não só no Ministério da Saúde, mas também na Coordenação Política do governo Lula, que o qualifica como um postulante para renovar o projeto político de São Paulo e encarar cada um dos desafios que o nosso estado tem”, afirmou Orlando.

Segundo o presidente comunista, é necessário abrir um novo ciclo político no estado de São Paulo, com novas forças políticas que dêem conta de apresentar uma renovação de perspectiva, fortalecendo o peso, protagonismo e a importância histórica que São Paulo teve e que relativamente tem perdido desconectada do projeto nacional que está em curso. 

Alexandre Padilha conhece parte da militância comunista, pois sua mãe foi militante do partido da base dos médicos e disse contar com o partido para ganhar a eleição e governar o maior estado do país.


“Conto com a militância do PCdoB para que a gente percorra juntos cada canto do estado de São Paulo. Não vai ter uma região que não estaremos nós juntos com o povo, em uma escola, bairro, fábrica ou outro local de trabalho que não estaremos nós, debatendo um novo projeto político para o nosso estado”

O estímulo da militância não é pequeno, visto que encarará mais uma vez a candidatura de Geraldo Alckmin, candidato pelo PSDB, partido que já governa o maior estado da federação há 20 anos. Por esses fatores, a eleição é encarada pelos comunistas como grande desafio que requer concentração total nos próximos meses.

“O símbolo de maior ineficiência é a crise da água. Faz trinta anos que não há investimento na estrutura hídrica do estado de São Paulo, por absoluta incapacidade e incompetência de planejar e organizar investimentos que são tão importantes para a economia”, denunciou Orlando Silva.

A presidente da União Estadual dos Estudantes, Carina Vitral, também falou da necessidade de mudar a orientação do projeto político no estado. “Nós melhoramos de vida, mas é aqui em nosso estado onde a direita encontra as suas raízes e projeto é voltado à elite. As nossas universidades, por exemplo, não fazem sequer o debate de cotas, que já estão sendo implantadas em todo país”.

Chapa ampla e plural de candidatos a deputados estaduais

Mais de cem delegados aptos para votar, aprovaram por unanimidade as resoluções apresentadas e a chapa própria para a disputa na Assembleia Legislativa. O objetivo é ampliar a bancada comunista, que hoje conta com duas deputadas. A chapa é composta aproximadamente por cem nomes de diversos segmentos, associações, movimentos e cidades.

Para a líder do PCdoB na Assembleia Legislativa, Leci Brandão, o parlamento estadual precisa ter deputados comunistas, comprometidos com as causas do povo. “Esse não é um partido pequeno, ele tem 92 anos, tem apenas duas representantes nesta Casa, mas acima de tudo, é um partido respeitado por todos os partidos que têm representação aqui dentro porque tem uma história de luta e de defesa da democracia”.

Pedro Bigardi também ressaltou a importância dos candidatos à Assembleia. “O PCdoB é imprescindível e nós temos um time que vai estar unido, lutando por esse projeto de ampliar a nossa bancada”.

O Partido também apresentou o pleito de participar da eleição majoritária e indicou o nome do ex-deputado federal, Jamil Murad, para ser suplente do senador Eduardo Suplicy.

Participaram também do ato político o senador Eduardo Suplicy, os deputados federais Protógenes Queiroz e Gustavo Petta, o vereador Netinho de Paula, o presidente da CTB de São Paulo, Onofre Gonçalves, a presidente da União Brasileira de Mulheres, Rozina Conceição, Maria José, a Lia, presidente da Facesp, entre outras diversas lideranças.

Veja mais fotos da Convenção Eleitoral do PCdoB-SP

27 de dezembro de 2013

Reajuste do salário mínimo deverá injetar R$ 28,4 bilhões.

O aumento do salário mínimo deverá injetar R$ 28,4 bilhões na economia no próximo ano, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgada hoje (26). A partir de 1º de janeiro, o salário mínimo passa de R$ 678 para R$ 724 – reajuste de 6,78%. De acordo com o Dieese, 48,2 milhões de pessoas têm o rendimento atrelado ao salário mínimo.

O novo valor do rendimento mínimo permite, segundo os cálculos do Dieese, a compra de 2,23 cestas básicas. De acordo com a entidade, é a maior relação de poder de compra desde 1979.

O novo valor deverá trazer um impacto de R$ 12,8 bilhões nas contas da Previdência Social. Os benefícios pagos no valor de um salário correspondem a 48,7% do montante repassado pela Previdência. No total, 69% dos beneficiários ou 21,4 milhões de pessoas recebem um salário mínimo.

O aumento também deverá ter um impacto significativo nas contas de parte das prefeituras do Nordeste. Segundo o levantamento, 20,6% dos servidores públicos municipais da região recebem atualmente até R$ 678. Na Região Norte, o percentual chega a 15,6%.

Deve haver ainda, de acordo com o estudo, um incremento de R$ 13,9 bilhões na arrecadação tributária nos tributos sobre consumo.

Fonte: Agência Brasil