É dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e suas contribuições culturais. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Durante cem anos (1595-1695), Palmares constituiu um foco de resistência aos ataques da Coroa. Em função da sua expressão histórica, representa um ícone de formação social e cultural que contribuiu no fortalecimento de ações para ampliação da cidadania.
Liberdade, Negra liberdade Negro
Há muito tempo me pergunto!
Vivi muitos anos a servir sem nunca ser servido...
O que me restava era o relento,
as migalhas e a indiferença...
Mas mesmo assim,
o meu sorriso sofrido brilhava em meio ao desespero...
Iluminava e me fazia sonhar que um dia seria livre.
Fui livre, mas não liberto!
Longe de casa...
Fiquei preso aos grilhões da imaginação,
Os mesmos que me rasgavam a alma.
E hoje os percebo na ignorância do meu semelhante!
Que vê na minha cor e na minha garra,
um afrontamento.
Ao invés de ver
como um pedido de reconhecimento verdadeiro,
Não admitem!
Fingem que realmente sou livre...
Não se enganam!
Realmente sou livre!
Pois, meu sorriso e meus sonhos,
ninguém acorrenta mais,
Como fizeram com os meus antepassados,
filhos paridos nessa terra indiferente,
Que muitas vezes não enxerga a beleza
e a riqueza na diferença.
A liberdade da cor,
do sorriso maroto,
que se completam e encantam o olhar.
E esse é livre...
Assim como eu, no brilho do luar.
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