Total de Visitas

9 de julho de 2013

Dieese: pressão por juros altos tenta levar Brasil para o caminho da Europa

Comitê de Política Monetária do Banco Central inicia hoje reunião para definir nova Selic sob pedidos de instituições financeiras por alta que baixa ritmo da economia e provoca desemprego

grecia2.jpg
O desemprego visto em Grécia, Portugal e Espanha não é a resposta para o problema do Brasil
São Paulo – O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) inicia hoje (9) a reunião que vai definir a nova taxa básica de juros da economia brasileira sob pressão de instituições financeiras ansiosas em aumentar os lucros com capital especulativo. Após uma nova elevação de 0,25 ponto percentual, as apostas são de que se promova uma elevação de até meio ponto, levando a Selic ao patamar de 8,5% ao ano.

“Isso significa menos emprego, menos salários, menos oportunidade para todos. Esse remédio que o mercado pede é o que vem sendo aplicado nas economias europeias, cujo resultado estamos todos assistindo”, avalia Nelson Karan, coordenador do Dieese, em sua coluna diária na Rádio Brasil Atual. “Os países mergulham e aprofundam sua crise, com mais recessão, com mais desemprego. Então, a saída não é por aí. Precisamos alavancar o crescimento da economia brasileira através do consumo das famílias e do investimento público e privado.”

Ele recorda que o Banco Central toma como base para sua decisão a opinião do chamado “mercado”, formado por no máximo cem instituições financeiras que têm interesse direto na alta de juros, que cria melhores condições para o ganho com títulos de curto prazo, em detrimento do aumento dos investimentos produtivos que poderiam levar a economia brasileira a um crescimento saudável.

Desde o começo do ano são fortes as pressões para que o Copom reverta a trajetória de queda inédita assistida ao longo dos dois primeiros anos do mandato de Dilma Rousseff. Os pedidos têm dado resultado, levando a uma série de elevações. “Quando o mercado sobe suas previsões de inflação está pedindo que o governo aja nessa direção. O resultado dessas ações se expressa no crescimento da economia. Quanto maior a taxa de juros, menor o ritmo de crescimento da economia. Esse ser chamado mercado é bastante esquizofrênico”, avalia Karan.

Nos três primeiros meses do ano o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, ficou sempre acima do teto da meta, que é de 6,5% ao ano. Mas, de lá para cá, a tendência de alta se desfez e, embora em alguns momentos o topo do objetivo fixado pelo governo tenha sido ultrapassado, a equipe econômica aposta em fechar 2013 dentro dos prognósticos.

Em paralelo, a gestão Dilma Rousseff tem tido dificuldades em garantir o crescimento da economia. Nos próximos dias o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve promover uma nova redução na projeção deste ano, de 3,5% para 3%.

Por Redação RBA

Nenhum comentário: