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25 de fevereiro de 2013

Santos qualifica greve dos cafeicultores como "desnecessária"


O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, tentou nesta segunda-feira (25), sem resultados, deter a greve de milhares de cafeicultores,em todo o país, em protesto "pela nula atenção governamental às reiteradas reivindicações do setor, que geraram a greve".

Greve cafeicultores Colômbia 

Os cafeicultores asseguram que o governo não apresentou soluções para suas solicitações, entre elas preços justos, controle de preços dos abonos e inseticidas e freio em processos de embargo. 

O setor cafeeiro demanda medidas que garantam sua subsistência e a segurança agrária do país. Os cultivadores do grão enfrentam a pior crise das últimas décadas. A produção passou de ser 50% do valor das exportações para representar menos de 4%. 

Em mensagem difundida por canais de televisão, Santos afirmou que os trabalhadores nunca estiveram sozinhos, depois de afirmar que "a maioria dos membros desse setor" não estão apoiando a greve "por considerar que não faz sentido, e vai contra sua federação".

Os produtores do setor, apoiados pelos produtores de cacau, deram início à greve em massa na hora estabelecida anteriormente nos 21 pontos de concentração do país, e responderam imediatamente às declarações de Santos.

"Segunda-feira (25) é o momento definitivo: nosso futuro ou nossa desgraça", considerou Francisco Herrera, um dos líderes da greve citados pelo jornal El espectador. “Vamos dizer ao presidente Santos que isto não é um jogo de pôquer. Isto é uma questão de fome, de ruína, de uma pobreza que não tínhamos sentido nunca", disse.

“A problemática apresentada pelo sindicato de cafeicultores é tão grande que estamos a ponto de desaparecer”, destacou por sua vez um dos grevistas de Huila. Exigimos, expressou, que exista um ponto que sirva de base e que nos permita pelo menos quitar os custos de produção e obter 30% de lucro.

O delegado do Conselho para a Defesa do Cacau e a Mesa Nacional do Cacau no estado de Santander, Omar Acevedo, reafirmou que o objetivo da greve é protestar de maneira pacífica para exigir ao governo melhores preços e um controle total do contrabando e de importações desproporcionais do grão.

"A institucionalidade não nos representa, não fala da realidade que vivemos os cafeicultores de base", afirmou por sua vez Franklin Echeverry, porta-voz do Movimento Nacional pela Defesa e Dignidade Cafeeira.

Juan Manuel Santos considerou como “injusta e desnecessária” a paralização no setor, assegurou que o rumo registrado um crescimento em comparação com o ano passado e ressaltou o valor dos cafeicultores e a federação. 

Os cafeicultores colombianos exigiram que o governo desenvolva políticas econômicas a serviço dos povos e não aos interesses das empresas multinacionais. 

Em 2012, o preço interno caiu 40% e a cotação internacional descendeu 33% durante o último período. Mais de 500 mil cafeicultores estão sofrendo a crise que afeta o setor. A lista de demanda também inclui o refinanciamento da dívida cafeeira, com um período de carência de quatro anos, além de um subsídio para os custos dos insumos agrícolas. 

Com Agências


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