Para Nelson Karam, economista do Dieese, pressão sobre o preços dos alimentos tende a reduzir, beneficiando os mais pobres
'A queda nos índices indica uma redução no ritmo de crescimento dos preços', diz especialista
São Paulo – Os índices de inflação reduziram em junho e devem manter tendência de queda até o final do ano e aliviar, em especial, a pressão sobre os preços dos alimentos. A avaliação é do coordenador de educação do Dieese, Nelson Karam, em comentário à Rádio Brasil Atual.
O Índice de Custo de Vida (ICV) variou 0,34%, segundo cálculo do Dieese, registrando queda de 0,27 ponto em relação a maio. No acumulado do ano, o índice alcançou 6,99%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), calculado pelo IBGE, acumula nos últimos 12 meses 6,7%.
“Os dois índices, embora sejam metodologicamente diferentes, indicam redução no ritmo de crescimento dos preços”, avalia Karam. “Nos casos do Dieese, as maiores altas em junho foram na habitação, na saúde e no transporte coletivo. O índice ligado à alimentação ficou praticamente estável em junho, o que indica que pressão que vinha se verificando nos últimos meses, que afeta as camadas mais pobres, começa a diminuir.
Karam pondera que os índices impactam de formas diferentes dependendo do estrato de renda. “As pessoas com menor renda tiveram seu poder aquisitivo mais reduzido, principalmente no primeiro trimestre, porque os preços dos produtos de alimentação e transporte tiveram uma variação acima da média”.
Segundo ele, a inflação tende a apresentar declínio e os índices registradas no início do ano foram resultado da disputa de preços das grandes empresas. “Temos poucas empresas controlando vários segmentos produtivos e elas têm condições de realinhar seus preços, com uma concentração muito grande no setor financeiro, construção civil, produção de cimento e indústria farmacêutica.”
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